Autor Tópico: Alfa Romeo Giulia  (Lida 30105 vezes)

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    La vita è troppo corta per non guidare Italiano
Re: Alfa Romeo Giulia
« Responder #75 em: 05 de Julho, 2016, 23:21:29 »
Gostei da abertura da gavetinha do Giulia, bem "calibrada" a velocidade.
Abrimos e depois desce lentamente sozinha se não for o operador a abrir em todo o seu curso.

E é toda forrada a "pele de pêssego" preta.
Como o segundo porta luvas do Stilo era. Mas esta gaveta no Stilo era em plástico e depois o compartimento leva uma peça de borracha.

Vetture Italiane: più di automobili, uno stile di vita!

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Alfa Romeo Giulia
« Responder #76 em: 26 de Agosto, 2016, 18:26:51 »


Ensaio Alfa Romeo Giulia 2.2 Diesel Super: Sedução à Italiana


Comecemos este ensaio com uma interrogação: terão as marcas Premium Alemãs (sejamos um pouco mais inclusivos e admitamos também a congénere Sueca e as generalistas) razões para recear este bem-gizado Alfa Romeo Giulia num segmento tão concorrido como o das berlinas de âmbito médio-alto? A resposta será dada mais adiante, mas fique a pensar nisso...




Se há algo que não se pode negar ao Giulia é a sua beleza visual, algo que o nome lhe parece acentuar. Um efeito de personificação que se revela tremendamente adequado e que já sucedeu antes com o Giulietta, nesta agradável teimosia latina de agraciar máquinas com nomes femininos. Nesta berlina há robustez combinada com simplicidade e pureza de linhas - uma rapariga que é bela ‘per se’, sem necessidades de maquilhagem exacerbada. Mas Giulia é também uma evocação do passado, de um modelo que fez tradição numa era que a marca de Arese quer recuperar para o seu plano contemporâneo de caminho para o sucesso.

Há um fundamento aqui: o Giulia é fruto da visão arrojada de Sergio Marchionne, que quer promover o regresso da marca a diversos segmentos de relevo, a começar pelo das berlinas Premium, onde marcas como a Audi (A4), BMW (Série 3) e Mercedes-Benz (Classe C) vão dando cartas. Assim, retome-se a questão: terão aquelas marcas razões para olharem para o Giulia com temor?

Que chassis!

Poderá parecer algo egoísta, mas será o condutor aquele que mais prazer vai retirar a bordo do Giulia, mesmo nesta versão munida de motor 2.2 turbodiesel de 180 cv (concebido em alumínio), ainda longe da explosão de entusiasmo do Quadrifoglio Verde (QV) com motor V6 de 510 cv. Esse ficará para outra prosa.

"Apontada a frente, o Giulia parece seguir carris imaginários, não descolando da trajetória idealizada na nossa mente."

O novo Giulia tem por base a recém-desenvolvida plataforma Giorgio, que servirá igualmente para futuro SUV de dimensões idênticas (Stelvio, quase garantido), oferecendo baixo peso e uma distribuição de peso de 50:50 entre as secções dianteira e traseira. Tal é conseguido com recurso ao alumínio, que baixa o peso e melhora a rigidez estrutural. À repartição de pesos ideal, acrescente-se ainda o facto de contar com tração traseira, além de elaboradas suspensões nos dois eixos, as quais cumprem funções duplas entre conforto e dinâmica em estradas sinuosas. No papel, tudo parece conjugado para uma experiência de condução interessante. E a prática comprova-o.

A direção é precisa e capaz de transmitir bem as informações do asfalto ao condutor (mesmo que o seu 'peso' pareça nem sempre ser o mais adequado), mas o que surpreende em última instância acaba por ser a capacidade de passagem em curva. Apontada a frente, o Giulia parece seguir carris imaginários, não descolando da trajetória idealizada na nossa mente. O acerto do chassis, mas também os pneus Pirelli Cinturato P7 ajudam nesta motricidade quase sobrenatural. Mas, claro, é um tração traseira, pelo que a meio da curva é possível fazermos 'dançar' a traseira. Como num tango, atiramos a parceira para longe, sem a largar, apenas para a trazer de novo para junto de nós. O deslizamento da traseira é fácil de dominar (sem que o controlo de tração seja intrusivo, o que é bom porque... também não se pode desligar) e apenas contribui para uma sensação de envolvência na condução que o coloca num patamar muito especial face aos seus concorrentes diretos. E a este dinamismo nem se pode apontar falta de conforto a bordo: é ágil, mas é também capaz de proteger os ocupantes dos pisos mais degradados, mostrando o bom trabalho das suspensões. Apenas em pisos verdadeiramente degradados, os ocupantes serão 'chocalhados'.

O Mercedes-Benz Classe C pode ser mais refinado (no geral) na forma como concilia dinâmica e conforto e o Audi A4 pode ser mais eficiente e cómodo para os ocupantes, mas a ambos (infelizmente, não temos termo de comparação com o BMW Série 3) falta-lhe um pouco da 'alma' e do empenho de condução que o Alfa permite sem que seja desconfortável. Está, sim, no ponto ideal de dinâmica no que a este segmento é desejável. Que chassis impressionante!

'Cuore Sportivo' (não podia faltar)

É quase cliché a apropriação do lema, mas não poderia ser doutra forma. O Giulia conta com um bloco 2.2 diesel de 180 cv de potência, cujas prestações são de elevado calibre. Rápido nas respostas, tanto em aceleração como em recuperações, percebe-se que é um motor 'cheio', repleto de energia desde baixas rotações para permitir uma condução ora desportiva, ora tranquila a contemplar o horizonte. A forma como ganha 'alma' a partir das 1500 rpm é indicadora de um enorme potencial que, depois, pode ser explorado na já mencionada parte dinâmica. A aceleração dos 0 aos 100 km/h cumpre-se em 7,2 segundos e a velocidade máxima anunciada é de 230 km/h, reveladores do seu carácter, sobretudo no modo Dynamic dos modos de condução DNA. Nesse, podemos retirar o máximo proveito do lado dinâmico, possibilitado pela maior disponibilidade do motor e pela direção menos assistida, mas sem cair no exagero de firmeza do Giulietta em modo Dynamic, por exemplo. O modo Natural é também interessante, mas depois de experimentar a assertividade do modo Dynamic, este modo serve essencialmente para não deixar os consumos aumentarem em demasia, ao passo que o All Weather fica para condições de motricidade difíceis.

A caixa de seis velocidades tem um manuseamento firme, mas é precisa na engrenagem de relações, além de contar com um escalonamento indicado para o motor 2.2 diesel. Porém, nem tudo são rosas. Ou melhor, também há um espinho aqui e ali, sendo que o mais relevante é mesmo o do ruído do motor, que é algo intrusivo no habitáculo, sobretudo em cidade, onde o binário é mais solicitado, deixando transparecer igualmente algumas vibrações para o interior (aqui mais a frio).

Quanto a consumos, são altos, mas não exagerados: 6,1 l/100 km de média no nosso ensaio (60% de circulação urbana e os restantes 40% entre nacionais e vias rápidas a velocidades legais constantes). Adequado à sua utilização, todavia.

Passo em frente no habitáculo

Com isto fora do caminho, o Alfa Romeo Giulia tem um habitáculo com medidas capazes de levar quatro passageiros com bastante comodidade. Atrás, a experiência é bastante positiva, mas também tem as suas particularidades: os bancos são fundos e oferecem bastante espaço em altura até ao tejadilho (95 cm), o mesmo sucedendo com a amplitude para as pernas, que é igualmente muito boa. Mas o túnel central (configuração de tração traseira oblige) bastante elevado e largo desaconselha a transportar um terceiro passageiro atrás que não apenas em soluções de recurso. Além disso, as partes laterais dos bancos são muito inclinadas para dentro, ou seja, acomodam bem mas a saída dos mesmos é dificultada. O que aliado ao parco ângulo de abertura das portas torna a saída dos lugares posteriores algo estranha... Outro espinho.

Ainda a bordo, destaque-se o enorme salto dado pela Alfa Romeo em termos qualitativos, com um interior bem concebido, lógico, em que tudo parece estar no sítio 'certo'. Ainda não é perfeito (percetível por exemplo na pega de abertura das portas), mas a maioria dos materiais e a construção estão num nível muito elevado, ombreando com os Alemães graças à profusão de elementos em pele e superfícies macias ao toque. Faltam, porém, espaços de arrumação para objetos mais pequenos - há nas portas, na consola central e túnel central (compartimento coberto), mas são pequenos. Além disso, os bancos traseiros não rebatem, sendo esta possibilidade relegada para o leque de opcionais por 250 euros (bem-vindos a 1999...).

A configuração do sistema de infoentretenimento tem por base o comando rotativo no túnel central e aqui, num lamento mais particular do que outra coisa, admita-se que a mão tende a carregar no botão para dentro quando se vai ao comando do volume (do lado direito da consola) com um pouco mais de veemência. O sistema de infoentretenimento é de fácil apreensão em termos de funcionamento, apresentando o ecrã de 8.8" boa leitura e sendo o ponto central de controlo para a vastidão dos sistemas.

Entrando de rompante pelo equipamento, diga-se que o Alfa Romeo Giulia surge bem equipado de série, estando munido de ar condicionado automático bi-zona, sistema de alerta de colisão, aviso de desvio da faixa de rodagem (atuando através de um ruído emitido de cada lado do veículo pelos altifalantes), sensores de chuva e de luminosidade e cruise control. Da parte dos opcionais, nota para o sistema multimédia Connect 3D Nav 8,8" (1850 euros) e para o Pack Driver Assistance, que contém sensores de estacionamento dianteiro e traseiro com câmara incluída (500 euros). O preço da versão base Super é de 44.400 euros, em linha com a grande maioria dos seus rivais Premium. Note-se, ainda, que a Alfa tem uma versão 2.2 de 150 cv, mais acessível.

VEREDICTO

Assistir ao regresso da Alfa Romeo ao segmento das berlinas Premium (médio-alto) com o Giulia é como assistir a um filme em que o personagem principal, após um caminho atribulado (no processo, estabelecendo um páthos com o espectador), surge exultante no final. A Alfa atravessou um momento complicado nos últimos anos, esteve quase no 'tapete', mas levantou-se, agarrada às 'cordas' esticadas por Marchionne. Paralelismos metafóricos à parte, o novo Giulia promove um muito relevante regresso a um segmento do qual a marca esteve demasiado tempo afastada. Salto qualitativo a todos os níveis, estética sensual - e técnica elaborada contribuem, num conjunto de virtudes, para o colocar como alternativa válida a qualquer um dos players deste segmento, do A ao V, passando por tudo o que está no meio.

Recupere-se a pergunta do início: terão as marcas concorrentes razões para temer esta Giulia? Sim, algumas. O modelo de Arese tem pontos a melhorar (o ruído do motor, a acessibilidade à bagageira que poderia ser melhor e até mesmo a acessibilidade dos lugares traseiros), mas no seu cômputo serve o propósito de se tornar numa real alternativa às marcas Alemãs. Isto, sem contar que se oferece como um modelo de dinamismo quase sobrenatural, para reutilizar um termo usado mais acima, bem equipado e com motor competente. Pode não ser o melhor no geral, mas está perto, muito perto. Um regresso em grande. E, está garantido, não se lembrará de nenhum dos seus pecadilhos quando enfrentar aquela estrada sinuosa no regresso a casa às 19h00 de uma sexta-feira.

FICHA TÉCNICA
Alfa Romeo Giulia 2.2 Diesel Super CM6

Motor
Tipo       4 cilindros em linha, posição longitudinal, injeção direta, turbo, intercooler
Cilindrada (cm3)               2143
Diâmetro x curso (mm)                83,0 x 99,0
Taxa compressão    15,5:1
Potência máxima (cv/rpm) 180/3750
Binário máximo (Nm/rpm)    380/1500
Transmissão e direcção
Tração            Traseira
Caixa            Manual de 6 velocidades
Direção        Pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Dimensões e pesos
Comp./largura/altura (mm)   4643/1860/1436
Distância entre eixos (mm)    2820
Largura de vias fte/tras. (mm)    1557/1625
Travões fr/tr.    Discos ventilados/discos
Peso (kg)    1449
Capacidade da bagageira (l)    480
Depósito de combustível (l)    52
Pneus série - equipados     225/50 R17 - 255/40 R18 (Pirelli Cinturato P7)
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s)    7,2
Velocidade máxima (km/h)    230
Extra-urb./urbano/misto (l/100 km)    3,5/5,2/4,2
Emissões de CO2 (g/km)    105
Preço versão base D3 (Euros)    44.400
Preço versão ensaiada (Euros) 50.730*

*Equipamento opcional

Sistema multimédia Connect 3D Nav 8,8" (1850€)
Jantes em liga leve de 18" turbina escurecidas com pneus Runflat (1200€)
Pack Driver Assistance (inlcui: sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro, traseiro com câmara - 500€)
Pack Sport APS (inclui: limpa faróis, acabamento de luxo, volante desportivo revestido em couro, pedais desportivos, faróis dianteiros bi-xénon, controlo de faróis, faróis direcionais, automática e variável com velocidade - 1500€)
Pintura metalizada - Azul Montecarlo (980€)

Fonte: Auto Monitor, por Pedro Junceiro






naso

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Re: Alfa Romeo Giulia
« Responder #77 em: 27 de Agosto, 2016, 18:22:19 »
Não é perfeito, mas parece que não está mal de todo...  :charge:


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NunoAntunes93

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Re: Alfa Romeo Giulia
« Responder #78 em: 27 de Agosto, 2016, 18:45:50 »
Não é perfeito, mas parece que não está mal de todo...  :charge:

É distinto! O meu próximo carro vai ser este...se a Lancia morrer de vez...