O 124 ficou agora uns dias por casa, nesta transição de proprietário e de seguro.
Algumas considerações:
Este modelo está quase a fazer 50 anos (2016) mas não parece.
Não será por acaso que foi carro do ano também, pois tinha algumas coisas muito avançadas.
Acabou por ser um veículo global e salvo erro o 3º mais produzido de sempre, com grande peso nos números dos Lada da URSS, baseados no 124.
O espaço é notável (ainda hoje) para um veículo de 4,03 m.
OK é mais um veículo sob alçada de Giacosa, logo o espaço costuma ser surpreendente.
O conforto de rolamento é bastante bom e calça 155/70-13! Assim como os bancos são bastante confortáveis.
O nível de ruídos do motor, sensações e não filtragem é enorme e apaixonante!
O fechar de portas é sempre difícil neste tipo de carros desta época.
A existência de várias chaves pode fazer confusão nos dias de hoje.
A aerodinâmica de "tijolo" é algo que nos dias de hoje também faz confusão.
Até furgões actuais me parecem melhores na sensibilidade aos ventos.
Os pequenos vidros triangulares são um must.
O volante é muito bom para o veículo também, apesar de fino para os padrões de hoje é muito adequado. Sendo que a buzina de aro é muito cativante ,tanto o accionamento como o som que emite.
A ignição do lado esquerdo é outro pormenor bem interessante.
Reforços de borracha na alcatifa, de descanso do pé esquerdo e da lateral da biqueira do pé direito junto do acelerador são outros pormenores que cativam.
Este modelo de entrada 1200 na 1ª série tem características ainda do antigamente e outra muito actuais, como por exemplo ainda não ser de alternador, mas de dínamo. Em contrapartida o veículo FIAT 124 tem sempre travões de disco ás 4 rodas.
A caixa de velocidades é difícil de entender hoje em dia, e definitivamente não adequada a auto estradas, pois tudo o que seja acima de 70-80 km/h deixa a sensação que é deitar gasolina ao lixo, de tal forma é curta a caixa.
As 3 primeiras são hiper curtas e depois a 4ª ainda é curta!
De qualquer forma em termos de Engenharia as relações de caixa estão bem pensadas.
Vamos ver se consigo escrever de forma clara o que quero:
A velocidade que uma relação de caixa atinge no regime de potência máxima é igual à velocidade que a relação de caixa seguinte atinge no regime de binário máximo.Exemplificando:
A 2ª no regime de rotações de potência máxima atinge 60 km/h.
Esses 60 km/h é a velocidade que a 3ª atinge no regime de rotações de binário máximo.
Se por um lado o facto da caixa ser tão curta hoje em dia limita muito a utilização do carro, esta questão da relação de comprimento entre as relações de caixa fascina-me!