Um erro de cálculo com a reserva pode tornar-se numa experiência muito desagradável. O que deverá saber e evitar se, de repente, o seu carro parar por falta de combustível.
Ficar sem combustível pode tornar-se num verdadeiro pesadelo se não tiver em conta algumas medidas a adoptar caso venha a encontrar-se nesta situação.
Se é um dos condutores que gosta de andar sempre a testar a reserva do seu automóvel, recomendamos vivamente que compre uma bolsa plástica de combustível, que ocupa pouco espaço e está homologada para transporte de gasolina e gasóleo. Nem sempre os postos de abastecimento possuem recipientes para o salvar desta situação. Evite transportar gasolina em garrafas de água plásticas porque estas... derretem.
* AUTO-ESTRADA
Zona nobre
Ficar sem combustível numa auto-estrada pode ser o menos doloroso dos pesadelos. O único pesadelo é mesmo financeiro, porque a assistência da Brisa não se faz rogada no momento de cobrar os 5 litros (mínimo) de combustível que fornece para que tente chegar ao posto de abastecimento mais próximo. Guarde no telemóvel ou no carro o número 808 508 508.
O operador da Brisa encarrega-se de lhe comunicar que o preço da deslocação são 24,20 euros e que a mão-de-obra custa 12,40 euros por períodos de 30 minutos. A gasolina é paga ao preço do dia no posto de abastecimento. Portanto, o esquecimento pode custar-lhe ap preço deste mês, cerca de 43 euros.
* PONTES
Mais barato
Não convém ficar parado por falta de combustível numa ponte, porque o transtorno que vai causar dificilmente passará despercebido e, nestes esquecimentos, a Brigada de Trânsito não se coibe de dar uma ajuda ao orçamento de socorro. Nos casos das pontes pagas, a Vasco da Gama e 25 de Abril, existe serviço de assistência (Ponte 25 de Abril - 21 294 79 26 e Vasco da Gama - 21 232 82 01).
A taxa de mobilização é de 8,70 euros, a mão-de-obra fica-se pelos 7,35 euros e o combustível também é cobrado ao preço do posto.
O tempo de resposta é relativamente mais rápido que nas auto-estradas porque o condutor está circunscrito aos quilómetros da ponte.
* COMO TRANSPORTAR
Nem tudo serve
Existem recipientes homologados pela União Europeia (UE) específicos para uso particular nas situações de falta de combustível.
A regulamentação nacional é tão escassa que nem a polícia possui informação sobre esta matéria. Também os postos de abastecimento não têm indicações para impedir ou alertar um condutor incauto que coloca gasolina dentro de um garrafão de plástico de água. Se o veículo estiver a 15 minutos de distância do posto, o garrafão poderá acabar por derreter e a gasolina espalhar-se na estrada ou dentro da viatura que o transporta. No caso do gasóleo o problema não é tão evidente, pois a degradação do garrafão plástico não se verifica. Aconselhamos o uso de recipientes metálicos ou de plástico duro. As bolsas de combustível dobráveis são mais recentes, fáceis de guardar na bagageira e a sua composição permite o transporte de todo o tipo de combustíveis. Portanto, não aceite qualquer recipiente para transportar combustíveis e tente ter um recurso na sua bagageira que não ocupe muito espaço.
* ASSISTÊNCIA EM VIAGEM
Um recurso importante
Com o passar dos anos e sobretudo com as necessidades das condutoras, os serviços de assistência em viagem têm vindo a disponibilizar a desempanagem por falta de combustível.
Nem todos os seguros ou serviços de assistência em viagem oferecem este serviço, cujo custo é o do combustível adquirido para colocar no seu veículo.
No caso do seu seguro de assistência em viagem incluir este serviço, fica a garantia que o poderá solicitar em situação de falta de combustível, sem ter que pagar o valor da deslocação e taxa de mão-de-obra. Confirme com o operador que o atende se existem custos associados.
* MULTAS
Ter cuidado
Ficar sem gasolina numa estrada nacional ou municipal não implica, desde que a viatura não fique em situação de perigo, uma multa ou sanção.
No caso das auto-estradas a interpretação por parte das autoridades é que decide se paga ou não a multa prevista segundo o Código da Estrada para a proibição de parar ou estacionar nas auto-estradas. A falta de combustível não é considerada uma avaria, mas sim um descuido por parte do condutor, ou seja, o condutor foi negligente ao não observar a instrumentação e calcular o combustível necessário para terminar a viagem. O mesmo acontece se ficar parado numa zona de paragem ou estacionamento proibido dentro de uma povoação.
* RESERVA - QUANTOS QUILÓMETROS?
Conhecer os limites
Para quantos quilómetros dará a reserva do meu carro? Há quem nunca venha a saber a resposta para esta questão porque não gosta de correr riscos, mas também há quem saiba responder com alguma amargura. Em caso de dúvida, não arrisque.
No mínimo a reserva dá para 60 km, em média para 80 km, a partir do momento em que a luz fica ligada, embora alguns condutores que possuem computador de bordo se deixem iludir pelos valores que o mesmo apresenta e acabam sem combustível.
A maioria dos veículos acende a luz da reserva quando o depósito fica com 10 litros de combustível. Se conhece os consumos médios do seu automóvel, bastará contabilizar quantos quilómetros faz com 10 litros de combustível para saber em que momento o seu carro começará a dar sinal que vai parar.
Deixar acabar o combustível pode acarretar danos mais graves do que a simples contrariedade de ficar parado. No caso dos motores Diesel com sistemas de alta pressão os resíduos do depósito provocam danos graves nos injectores, apesar da existência de vários filtros destinados a captar impurezas normais do gasóleo.
Nos carros a gasolina, este problema não é tão evidente e não implica avarias graves.
Fonte: Revista Guia do Automóvel (9/2007)