Sábado, manhã, dia de chuva, depois do pequeno almoço sigo para Lisboa, Prior Velho, é hoje o dia.
Ao chegar, aguarda-se com alguma ansiedade, não é por menos, o motivo da vinda a Lisboa chama-se Abarth, mais precisamente um 500 Abarth Esseesse.
Aguardei que o o trouxessem do parque, e eis que um ronco suave se ouve... o artista está a entrar em cena, a imagem do primeiro impacto, vermelho, muito vermelho, um vermelho inconfundível, a cor grita para os meus olhos, "Ferrari", a chuva fez com que o momento fosse ainda mais épico, as gotículas de água no tecto de abrir, as luzes diurnas, o ronronar do motor, à espera, à espera da sua alma para os próximos 3 dias, à espera do seu condutor, a dizer baixinho, vem... estou à tua espera...
Com as suas jantes em titânio "cinzentas" de 17", duas saídas de escape, o para-choques a evocar o Ferrari Enzo a primeira impressão é fenomenal, conhecendo a marca, ao entrar notam-se os pormenores, o requinte e o veneno do signo do escorpião, baquets, volante e alavanca de velocidades em pele, manómetro de pressão de turbo, ShiftLight de dimensões generosas, o botão do veneno, que torna o pequeno diabrete num verdadeiro Demónio sobre rodas.. "SPORT", tudo faz sentido.
Com todo o cuidado sai-se do estacionamento rumo ao destino, mesmo a chover, sente-se o carro bem agarrado à estrada, a visibilidade é muito boa, a potência está disponível, mesmo sem o modo sport activo.
Assim que se activa o dito botão, a entrega de potência torna-se quase telepática, bastando pensar em acelerar para imediatamente sentir a resposta forte do motor, disposto a subir a rotação, a mostrar a sua garra, a demonstrar categoricamente porque é que um Abarth é um Abarth.
O 500 está à vontade em trajectos sinuosos, com muitas curvas, preferencialmente subidas para podermos usufruir de toda a sua espectacularidade, com o ponteiro das rotações a "ressaltar" do topo do conta rotações, o escape demonstra, como só ele pode, como subir o nível de adrenalina do condutor, disparando autênticos tiros de caçadeira a cada mudança de caixa, as suspensões Koni especificas aliadas ao baixo perfil dos pneus e a altura mínima ao solo criam um pacote deveras espectacular, com um comportamento neutro com as ajudas activas, e quando as desligamos um monstro de "torquesteer", temos em mãos uma luta constante contra a direcção, é um automóvel que nos delicia na sua condução mais espirituosa, é isto que um Abarth tem de ser, é uma máquina que nos faz sentir, não há tempo para olhar para manómetros, Blue&me, tecto de abrir panorâmico, tapetes Bordados, ou costuras vermelhas, não há tempo para mais nada que conduzir, só há tempo para sentir, para reagir, para sentir o coração acelerar e o sangue correr rápido.

Este "Diavoletto" com o Kit Esseesse, com os seus simpáticos 160 cavalos em modo Sport activo, com as suas belíssimas jantes 17" personalizadas, e os logótipos Abarth, por onde passa, não passa despercebido, toda a gente olha, aponta e sorri, é um 500, mas é um 500 maroto e diabólico de todas as maneiras possíveis.
O Fim de semana foi assim, carregado de adrenalina, feitos quase 500 KM com um depósito, sem olhar a consumos, não que seja algo que pese numa máquina deste gabarito, mas só mostra que conseguimos ter o melhor dos dois mundos, a bela.. e o Monstro!
É sem sombra de duvida uma aposta ganha pela FIAT-Abarth, é um brinquedo, mas que não é para todos, mas quem tem a sorte de ter um, quase de certeza que vai ficar com ele durante muitos e divertidos kilometros.
Disponível para quem quer realmente ter um automóvel com alma.
Atenção: não aconselhável a corações fracos!Ricardo Carvalho
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