Ofensiva de produto Fiat Chrysler
dos comerciais ao impressionante Alfa Giulia QV
Atravessando uma fase sem precedentes, o Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) tem em marcha um vigoroso plano de novos lançamentos de produtos, numa linha temporal que se estende ao longo dos próximos 12 meses. Num evento que teve lugar em Cascais, os responsáveis da companhia Italiana deram a conhecer todas as novidades para o ano de 2016, destacando-se as apostas comerciais no que diz respeito às gamas da Fiat – com o Tipo e os novos comerciais à cabeça –, mas também ao plano de ressurgimento da Alfa Romeo, que tem no Giulia o primeiro esforço para uma retoma global da marca de Arese.
Uma das grandes novidades passa pelo complemento da gama de veículos comerciais, encerrando-se o ciclo de renovação que teve início em 2014 com a Ducato e que prosseguiu no ano passado com o novo Doblò. Agora, em 2016, preparam-se para chegar mais novidades, com a primeira a ser o Fiorino, que representa uma aposta em grande na área dos comerciais ligeiros, ao passo que essa mesma aposta é reforçada com o Talento, modelo que substitui o Scudo que deixa de ser produzido no terceiro trimestre.
Representando um esforço de implementação no segmento dos furgões intermédios, o Talento surge com quatro configurações de carroçaria e gama de motores mais competitiva, com potências que vão dos 95 cv aos 145 cv. De acordo com a FCA em Portugal, a importância deste modelo é visível pelo facto de permitir a reentrada da Fiat num mercado do qual estava afastado que era o do transporte de pessoas, sendo este um sub-segmento que representa 40% do mercado. Assim, a Fiat antevê aqui uma oportunidade de crescimento em volume, o mesmo se aplicando à novidade seguinte, o Fiat Fullback.
Pick-up de elevadas ambições, este modelo resulta de uma parceria com a Mitsubishi, acabando por tirar partido da base do modelo L200 da marca Japonesa, mas com estilo próprio característico da Fiat. Os responsáveis da companhia admitem que é um elemento essencial “para uma entrada em força no segmento das pick-ups”, sendo mais robusta e versátil do que a anterior Strada. Disponível com cabine simples, dupla e longa, o Fiat Fullback surge com motores até 180 cv, permitindo à Fiat entrar num segmento onde anteriormente não tinha qualquer expressão. A sua produção efetua-se na Tailândia.
Argumento que a Fiat utiliza para esta sua gama de modelos é o da redução dos custos operacionais, apontando que a gama de motores em cumprimento com a norma Euro 6 mas sem necessidade de aditivos AdBlue para redução das emissões poluentes.
Alfa Romeo Giulia e Fiat Tipo em destaqueNo capítulo dos veículos de passageiros, a Fiat detalhou as suas novidades no âmbito das versões de cinco portas e carrinha, esta última com chegada apenas para o mês de setembro. Tendo visto a receção bastante interessante do modelo de três volumes, cujo lançamento em fevereiro excedeu já as expectativas iniciais da marca para o mercado nacional, a aposta recai agora nas versões de cinco portas e carrinha, devendo caber a esta última entre 65% a 70% do ‘mix’ de vendas num segmento em que a versatilidade proporcionada pelas carrinhas é bastante apreciada.
A marca propõe uma gama de motores em que as opções primam pela simplicidade: três opções de motorização, uma com base no 1.4 a gasolina de 95 cv (127 Nm de binário) e outras duas de âmbito diesel com base no 1.3 Multijet de 95 cv (200 Nm de binário) e no 1.6 Multijet de 120 cv (320 Nm de binário). O motor a gasolina apresenta consumo médio de 5,7 l/100 km e emissões de 132 g/km de CO2, ao passo que as versões a gasóleo registam média de 3,7 l/100 km tanto no 1.3 como no 1.6 Multijet, enquanto as emissões são de 99 e 98 g/km de CO2, respetivamente. Com dois níveis de equipamento e uma estratégia de “preço justo” para este modelo, o Tipo insere-se num ideal de compartimentação que entende este veículo como um elemento do lado racional, contra o lado emocional.
É neste que se encontra o 124 Spider, modelo que promove o regresso da Fiat ao segmento dos roadsters desportivos e que, simultaneamente, promove uma viagem no caminho das memórias. Repetindo a receita do 500, o novo 124 Spider volta ao baú da antiguidade para recuperar uma designação emblemática para a Fiat. Com efeito, recupera uma denominação que foi utilizada em 1966 para um modelo histórico cujo ‘look’ inspira, em muitos aspetos, esta nova geração (como por exemplo os rasgos no capo).
A sua plataforma, porém, esconde mais uma parceria, desta feita, com a Mazda. O 124 Spider tem por base o MX-5, partilhando com esse a plataforma e muitos dos componentes, numa medida que permite reduzir custos de produção e de desenvolvimento, aquela que é uma das grandes 'batalhas' de Sergio Marchionne, CEO do grupo ítalo-americano. Diferente é o motor que, no caso do Fiat, conta com um bloco 1.4 T-Jet de 140 cv de potência. Em termos comerciais, os responsáveis da marca admitem que o 124 Spider tem por missão "construir uma imagem forte, sendo um 'brand builder'". A sua chegada ao mercado está agendada para o terceiro trimestre do ano, sendo que, mais tarde, chegará a versão Abarth, que promete arrebatar corações e proporcionar prestações mais altas.
Para o final da apresentação ficou reservada a apresentação do Giulia, modelo que representa, na ótica da marca, o novo lema da companhia Italiana: 'La meccanica delle emozioni', ou a mecânica das emoções. A Alfa Romeo quer recolocar-se como uma marca Premium por direito, para se bater com os demais rivais do segmento, surgindo como um embaixador no relançamento da marca e na produção de emoções.
Também o Giulia Quadrifoglio Verde apareceu nesta apresentação, modelo que recorre a um bloco V6 de 510 cv e profundamente revisto em termos dinâmicos para lutar com os M3, AMG Classe C e RS 4. Este será situado no topo da gama com um custo inicial de 96.000 euros, sendo que os preços de entrada para este modelo se iniciam nos 41.000 euros. Também para o mercado frotista este será um modelo importante, surgindo com dois motores diesel na fase de lançamento, na forma dos JTD-M de 2.2 litros com 150 cv e 180 cv, associáveis a caixa manual ou automática.
Fonte: Auto Monitor, por Pedro Junceiro