Novidades da máquina: continuo apaixonadíssimo pelo Uno. Um carro fora de série, como a história virá a dar razão. A coisa vai de tal ordem que o trouxe para férias, onde curiosamente partilha a garagem com um irmão. Trata-se de um Uno 1.0ie Evolution, já dos últimos (creio que 1993), que está abandonado há já uns 5 anos. Parece que o dono, pessoa de idade, já não conduz. O carro está na garagem há já uns bons anos e começa aliás a ser utilizado como estante / porta-objectos.
De problemas com ele, não tem havido. Mas passar com ele em mau piso dava já uma sensação de carroça que não tinha paralelo... Achei que eram triângulos, mas falei com quem sabe (o Luke) e ele avisou-me que, independentemente de precisar de triângulos, podia simplesmente ser a borracha de apoio das molas.
Por outro lado, a porcaria dos travões começava a esgotar-me: ao fim de algum tempo, eu sentia os travões esponjosos. Depois, a frio, sangrava o circuito e tudo me parecia bem. Até que, algum tempo depois, voltava a sensação esponjosa.
Bom, lá combinei com o Luke e resolvi dedicar um dia das minhas férias ao Uno. Entrei no carro a umas lindas horas.
Mas ainda fui tomar café antes e, por isso, atrasei-me a sair.
Bom, lá me meti à estrada. Uma viagem agradabilíssima, confortável e com muita potência fornecida pelo pequeno FIRE1100, carburado. Ninguém acredita que um motor tão pequeno e simples consegue dar aquilo que este FIRE dá.
A coisa boa é que chegou a Almada impecavelmente, sem queixas. Os travões, que à saída estavam impecáveis, à chegada estavam já esponjosos... Clássico.
Bom, Passione Auto com ele.
Os barulhos da suspensão eram por causa das borrachas das molas e também por ter os triângulos a precisar de reforma. O triângulo morto:
Assim, foi devidamente equipado com braços dianteiros, borrachas nas molas das 4 rodas, e ainda beneficiou de uma operação de manutenção aos rolamentos nos topos dos amortecedores: tudo limpo e lubrificado com massa.
A máquina de lavar peças é um must, ficando tudo a brilhar.
Passo seguinte, o mistério dos travões. Apesar de se ter comprado um kit de reparação das pinças (julgando-se que haveria alguma fuga de óleo imperceptível na zona do pistão, que fizesse entrar ar no circuito), a verdade é que os pistões estavam sequinhos.
Agora, havia algo estranho sim... O disco da roda esquerda, no lado de fora, com menos de 3.000 kms, está com um desgaste muito estranho.
Ora, como não havia já tempo (eu tinha de voltar para cima), o Luke fez só uma limpeza às borrachas e aos suportes das pastilhas (um compressor de ar faz milagres com o pó de travão), colocando massa de cobre nos sítios devidos.
Pois bem, não é que o problema ficou estupidamente melhor???
Ou seja, o meu pensamento é este: há ali uma prisão qualquer no pistão da pinça do lado do condutor que não o deixa circular livremente. Essa prisão será talvez lixo e pó de travão, que bloqueia o curso do pistão. Simplesmente, não se notará quando os travões estão frios; assim que aquecem, a dilatação do pistão será suficiente para o impedir de circular livremente.
Assim, quando os travões estão quentes, lá vem a sensação esponjosa: o pistão não desce logo, por estar preso; vai descendo. O mesmo quando largo o travão, em que não destrava logo. Isso também explica que eu diga que o problema passa quando sangro: uma vez que eu sangro sempre o circuito com os travões a frio, quando testo depois de sangrar, eles parecem-me óptimos!
Bom, o que é certo é que ficou outro.
Foi alinhar a direcção e tirar umas fotos com o mano.
Depois vim para cima. Em autoestrada o ponteiro da temperatura fica um pouco acima do habitual: normalmente, fica no tracinho abaixo dos 90º; em autoestrada vai para o tracinho superior.
Quando saí de casa de manhã tinha pouco mais de meio depósito, todo ele gasto em percursos mistos (cidade/estrada). Fui sempre pela Nacional até Aveiras e depois por autoestrada; no regresso, resolvi abastecer em Aveiras, antes de voltar a sair da A1.
Consumos fantásticos: 6,1l/100. Ora, se em Coimbra (a primeira metade do depósito) ele gasta uns 7,5l/100, isso significa que em estrada não deve ter chegado sequer a gastar 5l/100. Uma economia absolutamente invejável.
Cheguei a casa já tarde. Mas cada vez mais apaixonado pelo raio do carro.
Nota muito positiva para a Passione Auto. Conhece os nossos italianos como ninguém, pondo muito brio no que faz. Recomendo vivamente.