Autor Tópico: Alberto Ascari  (Lida 1809 vezes)

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Tiffosi

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Alberto Ascari
« em: 11 de Novembro, 2008, 17:43:05 »
Superstição fatal



Alberto Ascari foi um dos pilotos míticos dos primeiros anos da Fórmula 1. Venceu o Mundial em 1952 e 1953. Morreu em Monza, durante uns testes privados, onde quebrou uma das suas superstições...

"Alberto Ascari é um dos grandes pilotos italianos”, afirmou Enzo Ferrari, no seu livro Piloti, che gente... “Era dotado de uma vontade firme, sabia o que queria, era obstinado, e um dos poucos que se preparava atleticamente para o desporto automóvel. (...) Tinha um estilo preciso e decidido, mas era um homem que tinha necessidade de partir à frente. No comando, Ascari era dificilmente superável. Ousarei dizer, impossível de ultrapassar”.

O italiano, filho de Antonio Ascari, um talentoso piloto que perdeu a vida no Grand Prix de França de 1925,  era o contrário da maioria. “Normalmente, um piloto que está na frente, preocupa-se em manter a sua posição, e pode perder a concentração para controlar o que se passa atrás de si. Estuda o seu andamento, e muitas vezes não sabe se há-de atacar ou não. Alberto sentia-se seguro mesmo quando fazia de lebre, e nesses momentos o seu estilo era soberbo”, acrescenta Enzo Ferrari no seu livro.

A carreira de Alberto Ascari na Fórmula1 começou no GP do Mónaco de 1950 (Ferrari 375), e a primeira vitória surgiu no GP da Alemanha de 1951. Em 1953 garantiu o seu primeiro título mundial com seis vitórias em oito corridas. No ano seguinte, sempre ao volante do Ferrari 500, venceu cinco das nove provas, revalidando o título. Entre 1954 e 1955 surgiu ao volante de monolugares como o Ferrari 625, o Maserati 250F e o Lancia D50.

Obstinação fatal

No GP do Mónaco de 1955 saiu da pista, no porto, depois de falhar a entrada na chicane. Caiu ao mar com o seu Lancia D50, e fracturou o septo nasal. “Não levou em linha de conta os conselhos dos médicos, e na quinta-feira seguinte apresentou-se em Monza, onde Castelloti testava o 3.0 litros Sport (750 Monza com que iriam alinhar nos 1000 km Supercortemaggiore) e disse que tinha que voltar ao volante o mais rapidamente possível, para evitar traumatismos psicológicos. Na pausa do meio-dia, pediu o carro para dar um par de voltas. Partiu sem o seu capacete, e com a gravata ao vento. Morreu na segunda volta, na segunda curva, que naquela época era quase uma recta”, recorda Enzo Ferrari.

O acidente teve lugar na “Curva di Vialone”, onde hoje está localizada a chicane “Variante Ascari”. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Há quem pense que um servente terá atravessado a pista, pensando que os testes tinham sido interrompidos, mas nunca surgiram testemunhas. Para a lenda ficou a superstição de Alberto Ascari, um piloto que sempre recusara sentar-se ao volante de um carro de competição sem o seu capacete azul, que estava a reparar depois do acidente no Mónaco. Em Monza, saiu para a pista com o capacete branco de Castelloti, e encontrou a morte aos 36 anos, no dia 25 de Maio de 1955. António Ascari, o seu pai, tinha perdido a vida com a mesma idade, no dia 26 de Julho de 1925.

Fonte: Auto Motor, por Rui Faria

Nome para pesquisa: Automóveis Clássicos