A certidão de óbito do 2CV foi oficialmente emitida a 27 de Julho de 1990, em Mangualde, no distrito de Viseu.
O veiculo já era produzido em França há dois anos, e há muito deixara de ser competitivo em termos de segurança e velocidade, mantendo-se em produção apenas como uma opção exótica e até cómica.
A ultima unidade saída da fábrica portuguesa da Citroën finalizou uma produção superior a nove milhões, em várias versões, ao longo de 42 anos.
Foi Pierre-Jules Boulanger, presidente da Citröen no inicio dos anos 30, que lançou a ideia da construcção de um carro económico.
O caderno de encargos pedia "quatro rodas sob um guarda-chuva", com "uma suspensão que permita atravessar um campo lavrado com um cesto de de ovos sem que um só se parta".
Simples e fiável, pensado para a população rural francesa e para um raio de acção curto, o 2CV é reconhecido como uma das primeiras tentativas de democratizar o acesso ao automovel.
O lançamento chegou a estar planeado para o Salão Automovel de Paris, em 1939, mas o inicio da II Guerra Mundial fez com que os autores do projecto o escondessem dos alemães e o lançassem apenas em 1948.
O veiculo foi muito criticado, especialmente pelos jornalistas, e o escritor Boris Vian terá chegado a apelidá-lo de "aberração rolante".
Contrariando expectativas, o modelo tornou-se um icone: em França, as listas de espera para o adquirir chegaram a ter vários anos.
E por todo o mundo existem clubes e núcleos dedicados ao 2CV (Portugal não foge à regra), bem como um encontro mundial anual, que já vai na 17ª edição.
A Citroën prepara actualmente uma nova versão, para rivalizar com outros modelos clássicos redesenhados com sucesso, como o Mini, o Volkswagen Carocha e o mais recente FIAT 500.
fonte: tabu