Autor Tópico: Digam lá que não queriam  (Lida 2839 vezes)

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Pàzzo di gioia

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Digam lá que não queriam
« Responder #15 em: 26 de Dezembro, 2002, 12:44:00 »
Ó amigo Granturismo.....um Fiat é um Fiat e quem gosta, gosta e mais nada!!! agora comparar o V6 do 130 com os motores em V da GM não é uma boa ideia....da mesma forma que os americanos não conseguem aproximar-se dos italianos no que diz respeito aos motores horizontais ou em linha....

O small Block da GM já tem cerca de 50 anos e com potencia que podem ir dos modicos 175 hp até aos incriveis 700 hp....eles vivem quase que para isso, basta dares uma olhadela no material que eles tem para modificar os motores em V....ou ainda.....NASCAR é na america e com motores em V sujeitos a regras de alteração muito apertadas.....sendo quase tudo de origem (catalogo!!!)

O 130 foi um modelo muito apurado, mas não teve tanto sucesso, porque, talvez o mercado americano não o tenha aprovado.....era o maximo para o mercado europeu, que era teso e sem gasolina para o manter, mas que não era carne nem peixe para o mercado americano da epoca...

Em termos de motor o 130 tem somente o sistema de accionamento de valvulas diferente em relação aos motores GM....sistema esse que na Fiat nasceu com o 128!

Se reparares/m bem, a Fiat é conhecida por dar grande potencia a motores de baixa cilindrada, ou seja, motores entre os 1000 e o 1600 cc.....e não tanto pela sua cilindrada, mas sim pelo baixo curso dos embolos e pela forma das camaras de combustão, que determinam a velocidades média dos pistões...uma das razões da  existencia da \"red-line\" para que a distenção das bielas não atinja o ponto de rotura e não te saltem os pistões do sitio...

Em relação aos consumos os motores GM também não eram assim tão maus (dependendo da condução)....a Holley tambem faz bons carburadores, principalmente os QuadraJet...                                                          
1973 - LA 128 COMMETTE IL PECCATO DI ABBANDONARE LA FÀBBRICA E DI INFRANGERE TUTTE LE NORME
2002 - LA 128 COMMETE EL PECCATO DI NON PIEGARSI AL SUO DESTINO E DI COMBATTERE PER LA SUA VITTA!!

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PÁZZO DI GIOIA

Gran Turismo

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Digam lá que não queriam
« Responder #16 em: 26 de Dezembro, 2002, 16:01:03 »
Técnica à parte, que não domino o suficiente para discutir contigo - logo, nem sequer tento - eu baseio-me na minha experiência pessoal e nos artigos de época (que de catálogo não têm nada...)... Se outras opiniões há, respeito, mas não concordo.

Em primeiro lugar, o 130 NÃO é um FIAT típico no sentido tradicional do que a grande maioria dos apaixonados FIAT entende. É um carro desconhecido, mal-amado e quase obscuro.

Em segundo lugar, o 130 nunca foi pensado para o mercado americano. Nasceu e todo o seu desenvolvimento foi feito a pensar no Velho Continente. Aliás, quase todos os testes de época o comparam com veículos europeus também. Carros como o BMW 3.0 CSi, o Citroen SM, o Jensen SP, o Lamborghini Espada, o Mercedes-Bens 450 SLC, o Rolls-Royce Corniche 2d, o Vanden Plas Daimler Double Six... entre vários outros, vêm testados em comparativos de diversos artigos de revistas automobílisticas da época. É só procurar. O 130 não teve um grande volume de vendas, é certo. Mas não por os EUA não o ter recebido. Nunca foi essa a intenção da FIAT. Aliás, o comprador tipo de carros como o 130 não viveu a crise da mesma forma que o comprador de 128.

Em terceiro lugar, a FIAT só é conhecida pelos baixas cilindradas porque as tem de qualidade (ao contrário de muitas marcas). Se consultares os CATÁLOGOS (agora pode ser nos catálogos, mas também pode ser nas revistas de época...) vês que a grande maioria dos motores de maior cilindrada da FIAT são mais puxados e técnicamente mais apurados, o que aliás era de esperar. O que acontece depois em termos comerciais, é que as baixas cilindradas se vendem muito mais e fazem a fama e as altas cilindradas pouco divulgadas são. Mesmo pondo a fronteira entre altas e baixas cilindradas nos 1600 cc, pegas nos motores dos 1900, 1800, 2100 e 2300 até aos 1800 twin cam mais modernos passando por mais uns quantos que não me apetece referir e compara-los com a concorrência e conclui...

Em quarto lugar e dando uma patadinha na técnica (eu sei que não devia...) e falando de curso, parece-me que os 66 mm dos 130 não é assim muito, muito, muito, muito exagerado comparado com os 79 mm de um Ferrari 360 (que, se calhar, também é muito inferior aos motores americanos...).

Bom, fico à espera da defesa americana...  :buaaa:                                                          
« Última modificação: 26 de Dezembro, 2002, 16:03:07 por Gran Turismo »
"La 130 resterá sempre una gran signora."

1980 - 132 2500 Diesel
1973 - 132 Special 1800
1973 - 130 Coupé 3200
1973 - 130 Berlina 3200
1978 - 131 S 1600
1977 - 132 GLS 1800
1990 - Croma Turbo i.e.
1983 - Argenta VX
1982 - Argenta 2000 i.e.

Pàzzo di gioia

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Digam lá que não queriam
« Responder #17 em: 26 de Dezembro, 2002, 20:52:35 »
Amigo Granturismo...não vou defender os americanos porque até não fazem muito as minhas preferencias....outra coisa, no meu post anterior enganei-me quando frisei o 128....foi o 125 o primeiro a usar o sistema de tacos e anilhas de afinação para as valvulas.

Quando me refiro à importancia americana no mercado automovel, não é que eu estude muito essa questão, mas de vez em quando la vejo um programa sobre isso ou leio algo na internet ou em revistas. Já vi varias vezes comentarios jornalisticos sobre a importancia do mercado americano no desenvolvimento/venda de alguns modelos europeus, e a exemplo posso citar o 911 da porsche, o spider da alfa romeu e o 2002 da bmw......os tipos são milhões a sua filosofia de vida é diferenta da dos europeus...são consumistas!!!....porem desde que seja do seu agrado....

Eu pessoalmente acho o 130 muito interessante, mas verdade seja dita que não sei a razão pela qual não vingou....talvez pela mesma razão que o Citroen Maserati...terá sido da epoca?
Os meus pais que tiveram a Berlina 130 com caixa automatica, também não falam dele como seria de esperar....apenas se referem à \"Banheira Luxuosa\", que ficava a ruminar uns segundos cada vez que se comutava entre a marcha a frente e a marcha atras, sem falar nos problemas de fusiveis que vulgarmente geravam indesejaveis \"black outs\"....isto entre 1974/75 na cidade de Luanda....resumindo, não era adequada à situação da epoca....Mas digo-te, gostaria de encontrar esse 130, e se estivesse disponivel (tanto ele como o meu bolso...) comprava-o!!! Mas isso é uma opinião ou um gosto meu, que certamente é igual ao teu.
Existe um unico carro do qual os meus pais falam com nostalgia...um 2002 Tii Schnitzer, esse sim foi o heroi!!! Eu \"herdei\" o 2002 normal do meu pai, e se lhe instalar os carburadores horizontais Weber fica com quase 130 cv sem ser necessário fazer grandes alterações....não tem um motor tão audaz como os TC da Fiat, mas é mais bem acabadinho....e caro...

Em relação aos motores Fiat de baixa cilindrada, os 2000 também se incluem nesta secção e são os mais nervosos e admirados mundialmente, basta ver o numero de preparadores que se dedicam a transforma-los e a quantidade de bibliografia existente sobre eles.

Pelo que pude constatar, os italianos, pelo menos aqueles com quem lidei, não vão muito à bola com a Fiat...não sei porquê, mas somente aceitam os Fiat pelos seus carros utilitários....e quando lhes mostrei o meu interesse pelo recente Stilo Abarth disseram-me que era maluco e que com o mesmo dinheiro compraria uma maquina estrangeira mais fiavel e conhecida.....E claro que ainda sou doido pelo Stilo abarth e espero ter um assim que for possivel!!!!

Atenção agora a outra coisa, muito cuidado com os Japoneses....são muito ratos!!! agarram em tudo o que os outros fazem/inventam e melhoram de uma forma que só eles sabem fazer, atendendo sempre as novas regras de poluição....ou seja, também já conseguem tirar muitos cavalos de motores de pouca cilindrada.

Quanto ao curso do motor do 130, 66 mm é muito pouco (proprio de um motor rotativo), 79 mm equilibra as coisas e penso que anda perto dos valores dos motores da GM (tenho esses valores, mas não à mão neste momento).

Considero estas discussões salutares e até desafiantes, já pensaste que seria bom nós averiguarmos estas duvidas e expo-las na pagina do clube nas secções dos diversos modelos!?

Bom ano novo!!!! e viva a Fiat!!! mesmo que venha a ser comparticipada pela GM .....e quem sabe .... venha a montar motores em V nos modelos vindouros..... :eheh:                                                            
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Digam lá que não queriam
« Responder #18 em: 26 de Dezembro, 2002, 23:04:16 »
Nisso, estamos 100% de acordo!! Estas discussões são salutares e desafiantes. Longe de mim fazer disto algo pessoal ou menos agradável. Aliás, nem estamos assim tão divergentes...

Mas vamos à História. A crítica da época dizia do 130 expressões como estas que passo a citar:

\"Excellent handling and roadholding.\"

\"Smooth ride.\"

\"Very high standard of interior design and confort.\"

\"Enormous boot.\"

\"First class visibility.\"

\"Beautifully appointed and finished.\"

Entre outras coisas, o 130 introduziu padrões de qualidade de vida a bordo nunca vistos num carro italiano. Tinha todo o equipamento disponível à época, muito espaço, era dinamicamente ideal... Tinha verdadeiramente tudo o que se podia pedir no final dos anos 60/inicio dos 70. O que correu mal?

O mal do 130 não foi o consumo, nem o ter envelhecido. O principal \"defeito\" do FIAT 130 era, por muito que me custe, ser um FIAT... Repare-se que em 1975, por exemplo, um FIAT 130 coupé custava qualquer coisa como 75000 F em França. Imaginem-se agora os felizes proprietários de um livro de cheques com margem até, digamos, 80000 F.... Podiam comprar um Mercedes (a estrelinha, a estrelinha...!!) por 39000 F, um Jaguar por 75000 F, um BMW por 29000 F, um Porsche por 75000 F... Agora pensem bem no cliente tipo de este tipo de veículos. Não procura muito equipamento (senão o Mercedes NUNCA se vendia), não procura muito requinte, não procura muita performance... A PRINCIPAL característica desejada é o \"STATUS\". Isso, sim!! Pouco lhes importa se vão apertados, se dão à manivela para abrir os vidros, se têm um volante fixo, se suportam o calor no Verão ou se fazem musculação sempre que estacionam o carrinho. O que lhes interessa, é o prestígio associado a uma dada imagem de marca. Ora, quem comprava um FIAT e ia a um jantar de gala dizer que tinha vindo de FIAT... poucos imaginariam um 130, mas sim um mais comum 127 ou algo parecido. O sucesso duns, foi também a morte doutros. E isto é tanto mais verdade que ainda hoje o 130 é totalmente desconhecido do meio clássico (quantos de vocês conhecem alguém que vos fale de um 130? Ou que saiba correctamente o quão alto este se inseria no mercado?).

Os 130 - e há estatísticas feitas sobre o assunto - foram vendidos a conhecedores. Apenas, ou quase apenas, a pessoas que escolhiam o seu carro com base na paixão ou por uma linha, ou por uma filosofia ou por um conjunto de caracterísiticas que colocavam o 130 num Mundo à parte. Ou com base na paixão, ou com base na objectividade (por contraditório que pareça).

A verdade é que a FIAT vivia na altura uma época de ouro, com muitos modelos novos e quase todos de enorme sucesso. O Dino, vendeu-se um pouco antes do 130. E teve alguma saída por ser vendido e anunciado como o FIAT-Ferrari, ou seja, o motor Ferrari por um preço FIAT. Claro que tinha que se vender... O 130, não. Era um carro muito mais reservado, pouco divulgado, menos exibicionista, mais comedido. Era muito mais um Gran Turismo que um desportivo e a imagem Ferrari da época nem era muito apropriada ao 130.

Quanto aos italianos não gostarem da FIAT, isso deve-se a tantos, tantos factores... Nos anos 60/70 posso garantir-te que não era assim. A FIAT era prestigiada e muito bem vista. Era até um valor seguro nos usados!! A Guerra Fria fechou o mercado e o Grupo FIAT passou a vender quase exclusivamente para o seu próprio mercado interno e para o Leste. Conclusão: Quando os restantes fabricantes evoluiram, a FIAT estagnou e continuou na mesma, vindo a degradar-se (LITERALMENTE!) em termos de qualidade. Isto foi-se agravando nos anos 80 e por aí... Quando os mercados foram reabertos e tudo foi sendo mais estilo \"aldeia global\", começou a vender-se novamente em Itália os outros carros, vindos do \"estero\"... Quem eram eles? Os produtos evoluídos e bem acabados dos anos 90... Em Itália grassava ainda os acabamentos robotizados que nem ao diabo lembravam pela má qualidade. Ou seja, o mercado italiano esteve no exílio durante uns valentes anos e mudou num instante. Que podiam eles concluir? Que estiveram anos a comprar produtos medíocres e que agora tinham novas expectativas mesmo ali. É natural que tenha até havido uma certa revolta contra os produtos da casa.

Claro que isto hoje são águas quase que passadas... (se bem que ainda um nadinha turvas...) e os produtos FIAT igualam os outros em qualidade (principalmente de materiais...). A imagem criada ao longo dos anos é que não se apaga assim sem mais nem menos. Muito tempo leva a apagar os erros do passado. E como todos sabemos, gato escaldado, de água fria tem medo...

AVANTI TUTTI LE FIAT                                                          
« Última modificação: 26 de Dezembro, 2002, 23:09:52 por Gran Turismo »
"La 130 resterá sempre una gran signora."

1980 - 132 2500 Diesel
1973 - 132 Special 1800
1973 - 130 Coupé 3200
1973 - 130 Berlina 3200
1978 - 131 S 1600
1977 - 132 GLS 1800
1990 - Croma Turbo i.e.
1983 - Argenta VX
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Digam lá que não queriam
« Responder #19 em: 27 de Dezembro, 2002, 13:56:31 »
:boxe: Agora não tenho tempo mas adorei...
Não sei se tente participar ou se fico apenas com as pipocas a ver o filme...
CONTINUEM!
Por favor... :bjeca:                                                            
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