Um exemplar único![](http://autosport.clix.pt/users/0/53/33130ed1.jpeg)
Apresentação dinâmica do protótipo funcional Vinci GT
No Kartódromo de Baltar, o AutoSport teve a honra de dar as últimas voltas em pista ao volante do exemplar único do Vinci GT. O protótipo funcional será agora ser integralmente desmontado para depois receber os moldes definitivos. No início do próximo ano, começará a sair da linha de montagem
Após um inaugural passeio público pelo Circuito da Boavista, então com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, ao seu volante, o protótipo funcional do Vinci GT deixou uma vez mais a sua unidade de montagem, agora para ser conduzido por um pequeno grupo de jornalistas, numa sessão bem mais reservada e que teve por palco o Kartódromo de Baltar. Ainda que adivinhando que este não seria o local mais apropriado para uma apresentação dinâmica de um carro que reclama 475 cavalos de potência, acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,5 segundos e atinge os 318 km/h de velocidade máxima, nem por isso quisemos desperdiçar a soberana oportunidade de poder chegar a casa, ao final do dia, e dizer: «querida, hoje guiei um carro que é exemplar único no mundo!»
Mais que um teste rigoroso ou exaustivo, algo impossível em escassas três voltas à pista, o objectivo deste convite foi proporcionar uma primeira experiência dinâmica ao volante deste super-desportivo, prestes a completar mais um passo intermédio no seu ciclo de desenvolvimento - completo apenas no início do próximo ano, com a passagem à fase de produção.
Primeiras impressões
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Este primeiro cheirinho permitiu então confirmar algumas das características que prometem vir a seduzir o restrito leque de potenciais compradores do Vinci GT. Instalados a bordo, somos avisados que o volante não pode ser ainda regulado em altura ou profundidade, enquanto o banco desliza apenas uns centímetros para trás. Menos mal… embora a posição de condução esteja longe de ser a ideal. Contingências, afinal, de um protótipo (quase) funcional. De qualquer forma, mesmo carecendo ainda de alguns pormenores, excelente impressão para o interior e cuidado nos acabamentos: do revestimento em pele da parte superior do tablier, ao aço escovado da consola central que, na versão final, será em titânio ou fibra de carbono, consoante o gosto mais conservador ou desportivo do cliente. Já em trânsito, confirmamos o enorme potencial conferido pelo estranhamente silencioso V8 de 6 litros montado na dianteira, unidade encomendada à GM e semelhante à que equipa o Corvette C6, de quem também herda a caixa automática de 4 velocidades e uma panóplia de ajudas electrónicas (da suspensão activa ao controlo de tracção e de estabilidade).
Suavidade do motor
Sem espaço físico suficiente para explorarmos o seu temperamento a regimes mais altos - e também por força de uma condução tímida, quase de cidade -, restou-nos apreciar a enorme suavidade do motor a baixas rotações e a sua resposta linear (que não explosiva) ao acelerador. Mais a mais, é bom lembrar que este V8 só deverá entregar toda a sua alma lá para mais perto das 6.000 rpm, necessitando ainda a electrónica de alguns ajustes para que a potência passe dos actuais 420 cavalos para os anunciados 475. Um valor que, se o cliente assim desejar, pode subir até impressionantes 700 cavalos com a introdução de um ou dois turbos. Também aqui, ao gosto e medida do cliente. O próprio peso do conjunto terá ainda de ser corrigido, devendo baixar para pertos dos 1350 quilos após a aplicação dos moldes definitivos em fibra de carbono – coisa rara mesmo em modelos tão exclusivos.
Embora precisa, a caixa automática de 4 velocidades limita um tipo de condução mais desportiva, tornando-se preguiçosa num traçado tão sinuoso como o de Baltar. Contudo, talvez acabe por estar bem adaptada à filosofia deste modelo, que decerto pedirá mais por passeios em auto-estradas do que propriamente incursões pela cidade. Mas, mais uma vez, o comprador pode escolher entre uma caixa manual ou automática de 5 ou mais relações, sequencial e até com comandos no volante.
Mais neutro que lúdico
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Longe de podermos testar os seus limites de aderência, nem por isso deixámos de ficar com a sensação de que o Vinci GT tem um comportamento mais neutro que lúdico, também por ter já todas as ajudas electrónicas a funcionar, apresentando rapidez de resposta nas mudanças de trajectória e direcção precisa. Mas porque esta é ainda uma fase de validação de comportamento, estamos certos que o primeiro desportivo totalmente desenvolvido e construído em Portugal terá ainda espaço para evoluir e, a seu tempo, conquistar um espaço no exclusivo nicho dos super-desportivos. As portas do sonho, essas já se começaram a abrir e a ganhar forma. Vinci… Vencerei (tradução do latim).
Fonte:
Auto Sport por Jorge Rodrigues