Primeiro patrocinador da Scuderia Ferrari![](http://automotor.xl.pt/0208/i/1700_a.jpg)
Ao longo de quase 20 anos, apenas os colaboradores técnicos da Ferrari podiam utilizar os seus autocolantes nos monolugares da Ferrari. Mas tudo mudou em 1970, quando a Heuer chegou às cores da Scuderia
Tradicionalista por natureza, Enzo Ferrari foi um dos maiores resistentes à chegada dos patrocinadores que alteraram as cores nacionais de cada país, que distinguiram os carros de competição durante décadas.
Os Lotus já tinham perdido o seu “british racing green”, o mesmo acontecendo com a maioria das equipas. Mas, na Ferrari, apenas os fornecedores de lubrificantes, óleos, amortecedores, etc., tinham direito a pequenos autocolantes, colocados em locais geralmente discretos.
A grande alteração surgiu em 1970, quando Jack Heuer resolveu o problema da cronometragem da Scuderia, numa época em que os sistemas de medição de tempos utilizados pela organização eram manuais e morosos.
A Heuer tinha sido pioneira na construção de cronómetros automáticos, e foi através deles que entrou no desporto automóvel. Primeiro nos Estados Unidos, em ralis de regularidade; depois na Carrera Panamericana; e, por fim, em provas de velocidade. Foi aí que Jack Heuer conheceu Jo Siffert e foi este quem o apresentou a Clay Regazzoni, que lhe abriu as portas da equipa italiana.
Avanço tecnológico
A equipa de Enzo Ferrari passou a contar com o mais avançado sistema de cronometragem da F1, e a Heuer ganhou o seu espaço na zona dianteira dos monolugares. Esta associação acabou por ultrapassar a F1. A empresa suíça desenvolveu um sistema de cronometragem para provas de esqui, que foi adaptado às 24 Horas de Le Mans, onde durante a noite era muito difícil registar a passagem de todos os carros.
Este sistema foi aplicado à F1 e rapidamente a cronometragem que a Heuer garantia à Ferrari se mostrava mais rápida e eficaz do que as oficiais. Outras equipas adquiriram o sistema e, em 1977, Bernie Ecclestone interessou-se também, mas queria que os suíços fizessem o trabalho de graça, o que Jack Heuer não aceitou. No entanto, em 1991, tornou-se a cronometragem oficial do Mundial, numa altura em que a entrada de Ojjeh no capital da empresa deu origem à TAG Heuer.
Quando Ojjeh se tornou sócio de Ron Dennis na McLaren, a TAG Heuer passou a ter a sua imagem ligada aos monolugares britânicos, situação que ainda hoje se mantém.
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[size=8]Jack Heuer cumprimenta Enzo Ferrari num momento de pausa durante uma prova de F1[/size]
Fonte:
Auto Motor, por Rui Faria e fotos do Arquivo Jack Heuer
(Clássicos)