Enzo Ferrari partiu há 25 anos
Fundador da marca italiana que carrega o seu nome faleceu aos 90 anos
Depois de ter sido chamado para representar o exército italiano como soldado durante a I Guerra Mundial, Enzo Ferrari trabalhou por diversos anos como um empregado da Alfa Romeo, andes de criar a sua própria equipa de corridas (a ‘Scuderia Ferrari’) em 1929. Desde então, a estrutura por si fundada participou até hoje em todas as corridas do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 e detém o recorde do maior número de vitórias e campeonatos no escalão máximo do desporto motorizado.
Reservado em público, Ferrari ainda assim conseguiu sempre cativar o respeito e a admiração de todos, empregados e rivais, e dar à marca uma aura que nenhum outro construtor automóvel tem no mundo. A prova da sua importância está bem representada no facto de o seu escritório pessoal permanecer intacto desde o dia em que morreu, enquanto Maranello continua a ser o santuário sagrado de milhões de tiffosi espalhados por Itália e pelo mundo.
Apesar de entregar o cargo de diretor em 1971 para o atual presidente Luca di Montezemolo, Ferrari manteve-se como o líder espiritual da equipa até à sua morte, tendo até ao fim a última palavra na contração de pilotos e no desenho dos carros com o símbolo que ajudou a criar.
O italiano sempre considerou o motor como a parte mais importante de qualquer carro de corrida e daí a marca do “Cavallino Rampante” ter favorecido desde sempre os ruidosos V12 enquanto os regulamentos assim o permitiram, com os sons extravagantes que daí resultaram a serem hoje um marco histórico no coração de todos os apaixonados por automóveis.
Os acasos não deixam de ser acasos, mas é curioso que a primeira corrida após a sua morte tenha sido o Grande Prémio de Itália de 1988, realizado no histórico circuito de Monza, e que Gerhard Berger e o seu companheiro de equipa Michele Alboreto tenham ocupado as duas primeiras posições do pódio, na única corrida que a McLaren não venceu nesse ano.
Di Montezemolo é o primeiro a afirmar a importância que o pai Ferrari teve na sua vida: “
É impossível descrever em algumas palavras o que Enzo representou para mim. Devo-lhe tanto, à sua coragem, à sua capacidade de pensar sempre à frente e de ultrapassar os maus momentos, tanto a nível pessoal como profissional”.
“
Junto à minha secretária em Maranello”, continuou, “
tenho uma fotografia dele e por vezes, quando tenho que tomar uma decisão importante, dou por mim a olhar para ela e a perguntar-me o que ele teria feito”.
Quando Enzo morreu, a Ferrari atravessava uma das piores crises da sua história, terminando a seca de títulos com a chegada de Michael Schumacher à equipa. Hoje é a grande referência da Fórmula 1, apesar do domínio da Red Bull nos últimos anos. Obrigado, Sr. Ferrari. Os seus carros são uma das formas de nos fazer sonhar acordados todos os dias.
Fonte: Motor
